15 de dezembro de 2010

Pacote para evitar o pior: COP 16 cria fundo, prorroga Kyoto e define metas para redução de gases

Mais de 190 países reunidos na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Cancún, no México, aprovaram, na madrugada de sábado, os acordos contra as mudanças climáticas (veja quadro abaixo).

Com oposição da Bolívia, o documento adia o segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto, cria o Fundo Verde e eleva a ambição para a redução de emissões de gases poluentes.

A Bolívia foi o único país a se opor, argumentando que os documentos não atendem às exigências da luta contra o aquecimento, já que cobram a redução da emissão de gases estufa por parte das nações desenvolvidas. Além disso, o país disse que os acordos de Cancún não acolhem as propostas da Conferência dos Povos, organizada na Bolívia em abril.

Os acordos aprovados criam o Fundo Verde Climático para administrar a ajuda financeira dos países ricos aos mais pobres. Até agora, União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram contribuições, que devem crescer até alcançar US$ 100 bilhões anuais em 2020. Também foi prometida uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões, parte de um fundo a curto prazo.

No pacote de medidas de luta contra as mudanças climáticas aprovado em Cancún, que também teve protestos de ativistas, consta um mecanismo de proteção das florestas tropicais do planeta, cujo desmatamento provoca 20% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. A reunião de Cancún conseguiu superar obstáculos de posições que pareciam irreconciliáveis entre países ricos e emergentes, assim como o fantasma da conferência de 2009 em Copenhague, que não preencheu as expectativas por falta de consenso entre os países.

O Protocolo de Kyoto atualmente compromete quase 40 países ricos com o corte de gases do efeito estufa até 2012. Os países ricos e pobres, porém, estão divididos sobre as obrigações que todos devem assumir ao longo dos próximos anos.

A proposta cita um “segundo período de compromisso” para o Protocolo de Kyoto, o que indica uma prorrogação além de 2012. Renová-lo ou não tem sido o grande debate na conferência – Japão, Rússia e Canadá exigiam que as nações em desenvolvimento aceitassem metas de redução de emissões, o que não acontece na atual versão do tratado.
Principais pontos do acordo entre países
1 - Limite de temperatura
O documento assinado na COP-16 reconhece a necessidade de cortar as emissões para limitar a elevação da temperatura em 2° C. Também diz que deve ser feita uma revisão desse objetivo para que o limite seja reduzido a 1,5° C. A análise deve começar em 2013 e ser concluída em 2015.
2 - Fundo Verde
O texto cria o Fundo Verde, que será administrado pela Organização das Nações Unidas. O tesoureiro interino será o Banco Mundial, por um período de pelo menos três anos.
3 - Financiamento de curto prazo
chamado Fast Start Finance, os países desenvolvidos deverão desembolsar US$ 30 bilhões até 2012. Os recursos serão divididos em mitigação (corte de emissões) e adaptação (para os países se prepararem para as alterações climáticas). A prioridade dos recursos será para países mais vulneráveis, como as nações-ilhas e a África.
4 - Financiamento de longo prazo
O documento reconhece que os países industrializados têm de mobilizar US$ 100 bilhões ao ano até 2020 para atender as necessidades dos países em desenvolvimento.
5 - Desmatamento
Estabelece o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd), que visa compensar os países emergentes que preservam suas florestas.
6 - Protocolo de Kyoto
A proposta cita um “segundo período de compromisso”, o que indica uma prorrogação além de 2012. Renová-lo ou não tem sido o grande debate na conferência. Os grandes países emergentes dizem que não aceitariam um ônus tão grande quanto das nações ricas.

Fonte: A Notícia online

Triplica número de afetados pelo clima

Em 2009, 5,8 milhões de brasileiros foram impactados por inundações, secas e vendavais, segundo o Atlas Nacional do Brasil, lançado pelo IBGE

De 2007 a 2009, triplicou o número de brasileiros afetados por inundações, secas, vendavais e temperaturas extremas. É o que revela o Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, lançado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento mais impressionante ocorreu no item inundações. Em 2009, as enchentes - que em 2007 haviam afetado 1 milhão de pessoas - impactaram 3,2 milhões de brasileiros. No item secas, o salto foi de pouco mais de 750 mil para cerca de 1,8 milhão, e nos desastres com causas eólicas e temperaturas extremas, o número de afetados passou de 200 mil para 800 mil.
As informações do atlas foram divulgadas três dias após o fim da Conferência do Clima das Nações Unidas, realizada em Cancún, México (mais informações nesta pág.).
Em sua sexta versão - a primeira foi em 1937 e a quinta, em 2000 -, a publicação mostra a evolução da proporção de vítimas e dos tipos de desastre distribuídos pelo território brasileiro no período 2007-2009.
O altas revela, por exemplo, que Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Piauí foram os Estados que tiveram a maior proporção de habitantes afetados - entre 12,1% e 15,2%.
No ano passado, os gaúchos foram os mais afetados pelas secas. Do 1,6 milhão de habitantes que sofreram com desastres naturais no Estado, mais da metade enfrentou a falta de chuvas. No mesmo ano, os capixabas foram fortemente afetados pelas enxurradas.
Os números divulgados ontem abalam uma crença arraigada no senso comum: a de que o Brasil estaria livre de grandes tragédias naturais que afetam duramente outros países.
Eixos. Território e Meio Ambiente é o nome de um dos quatro "eixos" do atlas, que, por determinação legal, leva o nome daquele que é considerado o maior geógrafo nascido no Brasil, Milton Santos (1926-2001).
Em suas páginas, disseca questões como uso de agrotóxicos, espécies em extinção, reservas florestais, cobertura vegetal, biomas, queimadas, ameaças à biodiversidade - tudo referenciado em mapas coloridos do Brasil e dos Estados. As fontes são o próprio IBGE e órgãos oficiais, do Instituto Chico Mendes à Fundação Nacional do Índio, abrangendo instituições internacionais, como o Banco Mundial.
Na mapa das Fontes de Ameaças à Biodiversidade, por exemplo, é possível ver a Concentração de Fontes de Ameaças, representadas por uma escala de cores que vai do amarelo (muito baixa) a negro (muito alta). A ilustração expõe a proximidade ou distância de unidades de conservação, por exemplo. O período examinado vai até setembro de 2009. Em outras páginas é possível ver a representação da Poluição Industrial Potencial e do Uso de Agroquímicos.
A primeira, com dados de setembro de 2010, mostra que os Estados que concentram mais poluentes são São Paulo e Minas Gerais. Um gráfico indica que o poluente industrial mais emitido no País é o monóxido de carbono (CO). Sozinha, a indústria metalúrgica responde pela emissão anual de 400 mil toneladas dessa substância. A segunda revela que São Paulo liderou, em 2005 (último dado disponível), o consumo de agrotóxicos, com 55 mil toneladas anuais.
Trabalho. A elaboração do atlas envolveu 40 pesquisadores. De acordo com o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, exemplares do atlas serão enviados para representações diplomáticas do Brasil no exterior.

CRONOLOGIA
Desastres recentes
Março de 2004
Furacão
O Catarina atingiu o sul de Santa Catarina (40 municípios) e o norte gaúcho. Houve 3 mortes e 100 mil casas afetadas.
Dezembro de 2007
Terremoto
Tremor de 4,9 graus na escala Richter atingiu Itacarambi (MG). Uma menina de 5 anos morreu e 95% das casas do povoado foram destruídas. Apesar da intensidade, esse não foi o maior tremor ocorrido no Brasil.
Maio 2008
Ciclone extratropical
Rajadas de vento de até 118 km/h mataram duas pessoas no Rio Grande do Sul e deixaram centenas
de desabrigados.
Novembro de 2008
Tragédia em SC
Após 919,5 milímetros de chuva, quando o normal para todo o mês era de 110,4 ml, enchentes no Vale do Itajaí mataram mais de 100 pessoas e deixaram quase 100 mil desabrigadas ou desalojadas.
Janeiro de 2010
Enchentes
Chuvas e deslizamentos mataram cerca de 40 pessoas na região de Angra dos Reis (RJ). Em São Paulo, São Luiz do Paraitinga sofreu com a maior enchente desde 1930. O Rio Paraitinga subiu
10 metros, arrastando imóveis históricos. 

Fonte: O Estadão

3 de dezembro de 2010

Desmatamento na Amazônia é o menor registrado em 22 anos


O desmatamento da Floresta Amazônica alcançou o nível mais baixo de que se tem registro, anunciou o governo brasileiro na última quarta-feira (01), marcando o que pode ser um ‘divisor de águas’ para a conservação florestal.

O desmatamento caiu para cerca de 6.500 km² nos 12 meses até julho de 2010, diminuindo 14% em relação ao ano anterior e do auge de 29.100 quilômetros quadrados registrados em meados da década de 1990. É a taxa mais baixa desde que se iniciou a série, em 1988.


A data da divulgação dos números coincide com uma conferência climática global da Organização das Nações Unidas (ONU) no México. O Brasil quer demonstrar que é uma das poucas economias grandes a cortar drasticamente suas emissões de gás-estufa, provenientes na sua maior parte da queima de árvores ou de seu apodrecimento. "O que é importante é que o compromisso que nós assumimos, aqui no Brasil, nós estamos cumprindo, e não precisamos de favor para cumprir. Nós vamos cumprir porque é nossa obrigação cumprir", disse o presidente Lula, acrescentando que o mundo desenvolvido fracassava em chegar a um acordo para promover cortes ambiciosos nos gases-estufa e não era transparente sobre a ajuda financeira aos países em desenvolvimento.


Lula criticou os países industrializados pela falta de compromisso em cortar os gases-estufa. Ele disse que era decepcionante que quase nenhum chefe de Estado participaria da cúpula de Cancun. "A COP-16, no México, não vai dar nada", disse ele durante uma cerimônia em Brasília.


O policiamento intensificado e a pressão cada vez maior dos grupos de consumidores contribuíram para a queda no desmatamento. O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) tem multado criadores de gado e madeireiras ilegais, confiscado seus produtos e cortado empréstimos para eles. As indústrias da carne e da soja decidiram banir voluntariamente os produtos provenientes de áreas desmatadas de forma ilegal.


A mais recente redução no desmatamento ocorreu apesar do alto preço das commodities, que em geral estimulam mais madeireiros e fazendeiros a entrarem na floresta em busca de terra barata.


Ainda assim, a área destruída é maior do que a de um país pequeno e mais alta do que os cinco mil quilômetros quadrados esperados pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.


Os especialistas afirmam que o progresso será mais difícil, pois a exploração da madeira agora ocorre em uma escala menor e é mais difícil de localizar. "Isso exigirá mais investimento do governo federal", disse Gilberto Câmara, diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora o desmatamento.


As autoridades também concordam que é preciso fazer mais para promover atividades econômicas alternativas na região. "Nós não manteremos as árvores de pé a menos que desenvolvamos economias baseadas na floresta", afirmou Roberto Vizentin, um dos diretores do Ministério do Meio Ambiente, citando empresas farmacêuticas e de cosméticas que desenvolvem produtos a partir de plantas.


"É preciso criar valor agregado e empregos na floresta, não nas grandes cidades", afirmou ele durante uma cerimônia na qual Lula entregou títulos a comunidades da floresta.


Até 2020 o Brasil quer reduzir a meta de desmatamento anual para 3.500 quilômetros quadrados. 

Fonte: Reuters

1 de dezembro de 2010

Cancún deve terminar sem acordo global para redução de emissões de CO2

Um ano após a fracassada conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Copenhague, representantes de cerca de 190 países voltaram a se reunir a partir desta segunda-feira em Cancún, no México, para mais uma rodada de discussões internacionais sobre o aquecimento do planeta.
Só que desta vez, o clima é de pessimismo e a expectativa é baixa. Ninguém acredita que o encontro termine com um acordo global vinculante, definindo metas para redução dos gases que provocam o efeito estufa.
Segundo o embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas, Sérgio Serra, "o Brasil está otimista nos avanços para os mecanismos de RED, que beneficia países com flroestas tropicais, mas sabe-se que não haverá acordo legalmente vinculante na questão de emissão de gases".

Fonte: Planeta Verde adaptado por PECCA

24 de novembro de 2010

Manejo da Caatinga é alternativa para produzir lenha e carvão


A lenha e carvão são os principais produtos oriundos da Caatinga, mas a obtenção dessas fontes energéticas está longe de ser sustentável. O desmatamento origina em torno de 80% desses produtos florestais no Nordeste.
Ter lenha e carvão sem impactar a vegetação é possível com o manejo florestal, tema do livro "Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da Caatinga", que o Serviço Florestal Brasileiro lançou nesta terça-feira, 23, em Recife (PE).
A publicação de 367 páginas traz artigos de 28 pesquisadores que mostram a potencialidade de aplicação do manejo para a produção energética, os resultados do uso dessas técnicas sobre a biodiversidade e a possibilidade de conciliar o uso econômico do bioma com a sua conservação.
Existem técnicas sustentáveis de exploração desse recurso florestal que são viáveis tecnicamente, fáceis de serem aplicadas no campo e que já estão normatizadas pelos órgãos ambientais competentes, afirma a engenheira florestal da Unidade Regional Nordeste do Serviço Florestal, Maria Auxiliadora Gariglio, uma das organizadoras do livro.
Baixa participação - As vantagens do manejo, só 6% da matéria-prima para a produção de lenha e carvão vem dessa fonte, um valor ainda baixo para uma região que tem uma alta participação da biomassa - em torno de 30% - na matriz energética.
Segundo o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel, a grande presença dos produtos florestais como fonte de energia na região torna fundamental a existência de políticas públicas concretas para o uso dos recursos do bioma.
"O livro dá indicativos reais das possibilidades do manejo, mas é preciso medidas fortes de comando e controle para impedir a competição da lenha manejada com aquela que não é e que é muito forte na região", afirma Hummel.
De acordo com Maria Auxiliadora Gariglio, o manejo das florestas da Caatinga, se adotado em escala regional poderia contribuir inclusive "para as questões do desmatamento evitado (REDD), para a conservação da biodiversidade de um bioma raro e exclusivamente brasileiro e para a manutenção do homem no campo".
A adoção de técnicas de uso racional da vegetação é mais urgente principalmente nas cercanias de grandes centros industriais, como a Chapada do Araripe que tem o maior pólo gesseiro da América Latina e os diversos pólos cerâmicos como Açu e Seridó (RN), Russas (CE), Cariri Paraibano (PB). "A divulgação e a prática do manejo deveria ser intensificada nesses lugares, já que essas regiões estão mais pressionadas pelo consumo", diz Maria Auxiliadora.
Biodiversidade -  A pesquisadora tem a expectativa de que a difusão de informações sobre o manejo com base científica dê mais subsídios para que a técnica seja ampliada e dirima as dúvidas sobre a viabilidade e a influência ambiental da sua aplicação.
"Os resultados desses estudos mostram que o manejo como um sistema fechado tem um impacto praticamente nulo na biodiversidade e na conservação dos solos e que o impacto observado imediatamente após o corte é minimizado ao longo dos anos", completa.
O estudo dos grupos de fauna mostra inclusive que a biodiversidade encontrada na área do plano de manejo é bastante parecida com aquela de algumas Unidades de Conservação situadas em regiões próximas.
Os organizadores da publicação, que inclui outros três pesquisadores, esperam que os caminhos apontados no livro para pesquisa, extensão e políticas públicas sejam trilhados pelos diferentes atores ligados ao manejo. "Só assim os recursos florestais poderão continuar contribuindo, em todo o seu potencial, com o desenvolvimento econômico e social da região Nordeste", diz a obra.

Fonte: Site MMA

22 de novembro de 2010

CO2 Neutralizado

O SENAI PR promoveu o plantio de 210 árvores nativas para neutralizar as 51,83 toneladas de CO2 emitidas no ano passado pela unidade de São José dos Pinhais. O inventário das emissões foi feito pela própria unidade. O plantio de mudas de Branquilio, Maricá, Gurucaia, Pessegueiro Bravo, Angico Vermelho, Açoita-cavalo e Capixingui aconteceu no terreno da Abessfi (Associação dos Funcionários do Sistema FIEP), em Quatro Barras – PR. O Movimento Nós Podemos Paraná, que atua para mobilizar a população em torno de projetos para o alcance  dos Objetivos do Milênio , também participou , obtendo as mudas através de uma parceria com o Instituto Ambiental do Paraná. O plantio envolveu, também, o Projeto Crescer, formado por colaboradores do Sistema FIEP e que trabalha com a questão da sustentabilidade . O SENAI PR presta consultorias, aqui e em outros Estados, para inventariar, mitigar e neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa oriundas de eventos, bem como de empresas dos mais diversos segmentos. O inventário das emissões de carbono feito pelo SENAI leva em conta o gás carbônico resultante das atividades e eventos de uma instituição durante 12 meses, como, por exemplo, o transporte rodoviário e aéreo dos colaboradores da empresa , o consumo energético e de GLP, e a quantidade de gases oriundos da decomposição de resíduos orgânicos gerados no local.

Fonte: Revista Geração Sustentável - Edição Set/Out 2010

16 de novembro de 2010

Mudança Climática em Áreas Urbanas: vulnerabilidades, impactos e adaptação

O seminário – que ocorrerá em São Paulo, nos dias 23 e 24 – debaterá as mudanças climáticas nas cidades. Temas como “Água e mudança climática nas cidades”, “Convergências entre adaptação e mitigação no contexto do desenvolvimento socioeconômico sustentável”, “Energia no contexto da adaptação aos efeitos da mudança climática”, “Comunicação: o desafio da disseminação qualificada da informação” entre outros. Participarão do eventos jornalistas, acadêmicos e representantes de ONGs.
Local: 
Auditório do Instituto Pólis – Rua Araújo, 124 – República – São Paulo – SP
Data de Início: 
23/11/2010
Data de Encerramento: 
24/11/2010

12 de novembro de 2010

Encontro presencial propicia aos alunos conhecerem atividades da SANEPAR e UFPR referentes a aproveitamento de resíduos e recuperação de áreas degradadas.

O 2º Encontro Presencial da turma 2010 do  Curso de Pós-graduação em Economia e Meio Ambiente da UFPR proporcionou visita técnica a campo aos alunos participantes.

Elas aconteceram nas dependências da  SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná e  da estação experimental do Canguiri - da UFPR e foram orientadas  pelo professor do curso Charles Cordeiro, técnico da SANEPAR, consultor da área e professor do curso.

Na parte da manhã foi visitada a Estação de Tratamento de Esgotos Padilha Sul  e os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as pesquisas realizadas pela SANEPAR para reaproveitamento de lodo e captura de biogás para geração de energia.

No período da tarde, as visitas ocorreram nos reservatórios da SANEPAR, em  Piraquara, aonde os alunos foram conheceram projetos de recuperação de áreas degradadas. As visitas técnicas foram finalizadas na Estação Experimental Canguiri, da UFPR, onde tiveram a oportunidade de ter contato com as áreas de reflorestamento da instituição.

10 de novembro de 2010

Resíduos aumentam em 69% a emissão de gases do efeito estufa no Paraná

O crescimento populacional e o consequente aumento na geração de resíduos, bem como a forma de tratamento e disposição dos resíduos está aumentando cada vez mais a emissão de gases de efeito estufa. Entre 1990 e 2005, foi constatado acréscimo de 69% no volume de gases emitidos pelos resíduos no Paraná. Os dados estão no primeiro “Inventário de Gases de Efeito Estufa/GEE de Resíduos do estado do Paraná” apresentado nesta quarta-feira (10), em Curitiba, pela coordenadoria de Mudanças Climáticas e Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema).


O inventário avaliou a emissão anual do gás metano no efeito estufa entre os anos de 1990 a 2005, considerando os setores de resíduos sólidos (lixo), esgoto doméstico, esgoto comercial e os efluentes industriais.


Em um intervalo de 15 anos os três setores emitiram 1.542,39 gigagramas (Gg) de gás metano (CH4), sendo que, em 1990, a emissão era de 93,55 Gg e em 2005 aumentou para 129,11 Gg.


O setor que mais emite metano no Paraná é o de resíduos sólidos com 61,7% do total. O esgoto doméstico e comercial é responsável por 28% das emissões e os efluentes industriais emitem 10,3% do total. Estes índices se devem à disposição final dos resíduos - em aterros sanitários - e aos processos de tratamento de esgotos domésticos serem, predominantemente, sistemas anaeróbios, ou seja, sem a presença de ar.


O QUE É – Os inventários traçam o perfil de emissão dos setores, territórios, empresas ou instituições, baseado nos quais se podem formular cenários futuros de emissão e identificar atividades com maior potencial de redução de emissão. É o primeiro passo para reduzir e controlar as emissões, bem como implementar ações para monitoramento do carbono.


“É muito importante saber da iniciativa do Paraná de estar preocupado com a mudança do clima e de saber que estão trabalhando no sentindo de entender suas emissões com um inventário bem feito e bem organizado, para poder pensar políticas públicas que sejam efetivas.”, informa o engenheiro Mauro Meirelles de Oliveira Santos, que é revisor dos Inventários de Emissões de Gases de Efeito-Estufa dos países Anexo I da Convenção-Quatro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).


Ele esteve em Curitiba para a apresentação do inventário paranaense que integra o 2.o Inventário Nacional de Emissões de GEE. “O grande desafio do Brasil hoje é criar caminhos alternativos para não alterar tanto a atmosfera e, para isso, é necessário quantificar o volume de gases gerado pelos diversos setores da sociedade”, disse Meirelles que também integra a equipe responsável pelo Inventário Brasileiro de Gases de Efeito Estufa.


METODOLOGIA – A metodologia usada para calcular as emissões do setor de resíduos é mesma do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC). As informações coletadas para o cálculo das emissões foram quantitativas e qualitativas, com foco nas operações de aterros sanitários, tratamento de esgotos domésticos e efluentes industriais. A publicação apresenta ainda as metodologias de cálculo de sua evolução por subsetores no período estudado, além da indicação de ações que contribuiriam para melhorar a situação das emissões no setor.


De acordo como secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Augusto Callado Afonso, além de controlar a emissão de gases, o objetivo do inventário é criar políticas e medidas que visem combater a geração de efeitos futuros. “O inventário também surge como uma medida preventiva para os próximos anos, com a função de auxiliar no controle do lançamento de resíduos que causam o aquecimento global”, declara.


Entre os critérios avaliados na metodologia estão empregos de dados da população, geração de resíduos, qualidade de alocação dos locais de armazenamento de resíduos, tecnologia aplicada para o tratamento de resíduos e tudo que envolve a gestão de resíduos no local.


O apoio técnico para elaboração do inventário foi da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB. “A Cetesb poderia usar dados do IBGE ou outros estudos, mas os dados locais sempre terão melhor qualidade e serão mais precisos. Por isso, o trabalho do Paraná tem esta importância e o estudo de autoria do estado fará parte do inventário nacional”, afirmou o gerente da divisão de Questões Globais da Cetesb, João Wagner Silva Alves.


A coordenadora do Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas da Secretaria, Manyu Chang, diz que os estados devem mapear e monitorar as suas áreas de vulnerabilidade no clima para prever ações de mitigação. Segundo ele, o inventário paranaense é apenas uma das ações do Governo do Paraná. “Trabalhamos para capacitar os municípios paranaenses para que elaborem os seus inventários de emissão de gases e proponham ações locais. Além disso, a sensibilização e educação da sociedade também tem papel fundamental na elaboração da política estadual de mudanças climáticas”, disse. Ao todo, nove municípios do estado promovem ações na párea de mudanças climáticas, sendo que o projeto piloto foi implantado na Lapa.


O Inventário das Emissões foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e suas autarquias (IAP, Suderhsa e ITCG), em parceria com a Sanepar, Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). A articulação institucional foi do Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais e o apoio metodológico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e da Rede Nacional de Inventários de Gases de Efeito Estufa de Resíduos.


Fonte: Agência de Notícias o Estado do Paraná

9 de novembro de 2010

Emissões de GEEs aumentaram 60% entre 1990 e 2005 no Brasil

Segundo dados apresentados na terça-feira, 26 de outubro, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, durante a reunião anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, as emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram cerca de 60% entre 1990 e 2005, passando de 1,4 gigatoneladas para 2,192 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente (medida que considera todos os gases de efeito estufa).
O novo inventário nacional de emissões será apresentado na 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP16), que será realizada nos dias 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancún (México). O documento anterior trazia os dados de 1990 a 1994. Para este ano, o compromisso assumido com a ONU era apresentar dados até 2000, mas o governo brasileiro decidiu avançar e agregar números até 2005.
Segundo o inventário, o desmatamento ainda é o principal vilão das emissões nacionais de gases de efeito estufa. A boa notícia é que o Brasil reduziu as emissões de CO2 em pelo menos 34% nos últimos cinco anos, depois de acumular uma alta de 60% na década e meia encerrada em 2005. Em 2009, o país emitiu 1,78 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, queda de 33,6% em relação a 2004. Na COP15, o Brasil se comprometeu a atingir a meta de 1,7 bilhão de toneladas em 2020. A queda, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, se deve principalmente à redução do desmatamento na Amazônia nos últimos anos, somada à manutenção do nível de crescimento de emissões nos outros setores.
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4 de novembro de 2010

Gases do efeito estufa serão mapeados no Rio de Janeiro


O Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente, Lima, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coppe/UFRJ, vai mapear a emissão de gases do efeito estufa na cidade do Rio de Janeiro.
O projeto “Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da Cidade do Rio de Janeiro” vai revelar o perfil da cidade apontando a emissão de gases a partir das atividades socioeconômicas que contribuem para o aumento do efeito estufa.
“Vale lembrar que o efeito estufa causado por mecanismos naturais é vital. Sem ele, a vida não poderia existir. O grande problema é que a presença de alguns gases, sobretudo o CO2, vem aumentando nos últimos dois séculos na atmosfera, de forma acentuada, através da ação do homem (efeito estufa antropogênico)”, afirmou o pesquisador do projeto, Marcelo Buzzatti.
A pesquisa vai contribuir para a identificação das fontes e níveis de emissões, além da análise das questões relacionadas à ação humana e intensificação do efeito estufa. Esses dados poderão ser utilizados para elaboração de ações e medidas para reverter esse quadro.
O inventário vai apresentar os dados referentes às emissões geradas pelas atividades econômicas no ano de 2005. A próxima etapa consiste na construção de cenários para os anos de 2010, 2015, 2020 e 2025. Com estas informações será elaborada uma proposta de Plano de Ação Municipal para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa.

27 de outubro de 2010

Mudanças climáticas e energia

Garantir serviços de energia à população mundial em crescimento, levar energia por vias modernas a bilhões de pessoas e garantir um custo viável desses serviços estão entre os maiores desafios a serem encarados pelo setor energético mundial, segundo Thomas Johansson, professor da Universidade Lund, na Suécia.
O cientista participou da mesa “Energia e mudanças climáticas”, durante o fórum “Mudanças Climáticas Globais – Desafios e oportunidades de pesquisa”, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nos dias 14 e 15 de outubro.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, e o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, Gilberto Januzzi, também participaram da sessão.
Além da universalização da energia a preços acessíveis, Johansson defende que o setor deve se preocupar também com os desafios ambientais e os riscos colaterais provocados pela produção e distribuição de energia. “O setor energético também pode afetar a competição por alimentos e por recursos naturais e até a proliferação de armas nucleares”, apontou.
Segundo ele, o desenvolvimento do setor deve se pautar na eficiência energética, na busca por novos combustíveis sustentáveis e na captura de carbono.
Como exemplo, citou a experiência de reforma de edifícios energeticamente pouco eficientes no Japão. “Naquele país, a reforma proporcionou uma queda no consumo de 150 quilowatts/hora por metro quadrado para cerca de 15 quilowatts/hora por metro quadrado”, disse.
Os edifícios são responsáveis por 40% da energia elétrica consumida no Japão, sendo que a maior parte dela é consumida pelos sistemas de refrigeração e aquecimento.
Johansson apontou algumas saídas para o problema, como a utilização de energia eólica, a ampliação da reciclagem de materiais para poupar a indústria de matérias-primas e a adoção de planejamentos urbanos eficientes.
“Essas medidas não trarão somente economia de energia, mas vários outros benefícios, como empregos e melhoria na saúde e na segurança da população. Uma reestruturação energética é uma janela de oportunidades que se abre”, ressaltou.
Januzzi destacou a necessidade de se planejar a transição das atuais fontes energéticas para uma economia de fontes renováveis. O também professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp defendeu a utilização e a adaptação da infraestrutura atual para efetuar essa transição.
“Oleodutos e gasodutos poderão ser adaptados para transportar novos combustíveis”, exemplificou, ressaltando a importância de um planejamento que leve em conta a infraestrutura atual.
Esse planejamento teria de prever também mudanças institucionais e de regulamentação. “Poderemos ter casas que serão ao mesmo tempo unidades consumidoras e produtoras de energia, mas será preciso regulamentar situações como essa”, disse.
Outro obstáculo a ser contornado pelas energias renováveis, segundo Januzzi, é a inconstância de seu fornecimento. Diferentemente do petróleo, que pode ser estocado e sua disponibilidade está relacionada ao tamanho estimado de reservatórios, as energias renováveis estão mais sujeitas aos eventos naturais.
Ventos, marés, sol e chuva são alguns elementos que influenciam a produção de energias limpas e de plantações que fornecem biocombustíveis. “As mudanças climáticas globais aumentam ainda mais a imprevisibilidade dessas fontes energéticas”, disse.
Veículos irracionais – Pinguelli Rosa destacou a exclusão de 12 milhões de brasileiros que não têm acesso à energia elétrica. Falou também sobre a dificuldade de distribuição de energia em regiões como a amazônica, em que populações dependem de geradores movidos a óleo diesel. “Esse combustível é subsidiado e a conta já chegou a US$ 2 bilhões”, disse.
Outro ponto criticado por Pinguelli, que também é secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, é o tamanho crescente dos automóveis atuais no país, o que tem demandado motores maiores e menos econômicos. “São veículos irracionais e que apresentam um padrão de consumo muito alto. Deveria haver restrições pesadas para quem adquirisse carros desse tipo”, defendeu.
Os carros bicombustíveis foram outro alvo de críticas de Pinguelli, que ressaltou o fato de seus motores não serem otimizados. “O flex não é tão eficiente como um motor que queima somente álcool ou somente gasolina”, disse.
A utilização do lixo como fonte de energia foi uma das alternativas apresentadas por Pinguelli Rosa, que acredita ser possível aproveitar toda a parte de material reciclável presente no lixo e incinerar o restante para a geração de energia. (Fonte: Fabio Reynol/ Agência Fapesp)

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